SEMPRE O MESMO

Quanto mais pago menos recebo,

quando mais anéis menos dedos,

quanto mais dias mais trabalho,

vampiros à solta, menos alho...

Dia após dia acordo ainda dormindo,

meio Walking Dead vou seguindo,

atravesso a pista sem ver os carros,

quanto mais escrevo, mais apago...

Sou poeta? Sou não...

Escrevinhador? Quiçá...

Escrevo na casca do pão

o miolo da minha criação,

o conteúdo do "emborná"...

Noite após noite mais estrelas,

lua após lua mais solidão,

ora, como não vê-las?

o mesmo e bom coração...