RESPOSTA DO TEMPO
Muitas foram às ruínas
Que não escapavam do pensar.
Depois de saciados os desejos,
Apenas o primeiro beijo,
Nos fez sorrir e sonhar;
Mas a glória de poucos
É como uma espada afiada
Que nos empurra para o abismo
Em prol de uma conjunção de ideias
De estupros e trapos de uma mesma moeda!
Embora saibamos que a vida passa,
Embora sejamos tão ignóbeis como antes,
Ainda uma flor desabrocha
Nesta primavera que se inicia.
O tempo dá resposta a quase tudo
A vida prossegue a largos passos
E nós não cruzamos os braços
E somos culpados por quase tudo,
Enquanto a espada afiada
Apunhala-nos pelas costas!
As costas nos cobre as costas;
Os astutos fazem tramoias no ar
E o tempo não traz respostas
Daquilo que não se pensa,
Mas as flores ainda desabrocham
Depois das tempestades de raios
E estupros de memórias falhas
Que nada dizem de importante,
Apenas se tem um semblante
De desespero quase total
No outono ou inverno
Em que o paraíso vira inferno
De maneira sensacional.
Goiânia – GO, 2011.