RESPOSTA DO TEMPO

Muitas foram às ruínas

Que não escapavam do pensar.

Depois de saciados os desejos,

Apenas o primeiro beijo,

Nos fez sorrir e sonhar;

Mas a glória de poucos

É como uma espada afiada

Que nos empurra para o abismo

Em prol de uma conjunção de ideias

De estupros e trapos de uma mesma moeda!

Embora saibamos que a vida passa,

Embora sejamos tão ignóbeis como antes,

Ainda uma flor desabrocha

Nesta primavera que se inicia.

O tempo dá resposta a quase tudo

A vida prossegue a largos passos

E nós não cruzamos os braços

E somos culpados por quase tudo,

Enquanto a espada afiada

Apunhala-nos pelas costas!

As costas nos cobre as costas;

Os astutos fazem tramoias no ar

E o tempo não traz respostas

Daquilo que não se pensa,

Mas as flores ainda desabrocham

Depois das tempestades de raios

E estupros de memórias falhas

Que nada dizem de importante,

Apenas se tem um semblante

De desespero quase total

No outono ou inverno

Em que o paraíso vira inferno

De maneira sensacional.

Goiânia – GO, 2011.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 13/03/2017
Código do texto: T5939494
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