BONS COSTUMES?

Nos bons costumes da vida

Sempre fui herói

Tive um bom desenvolvimento

Na minha formação cultural

Mas agora resolvi dar uma guinada

Apenas de noventa graus

E percebi muitas balelas

Rastros sujos de sangue

E uma loucura solta no ar

Depois de um dia de sol

Em que as palavras

Jamais cabiam no vocabulário

Tão chulo, nulo, turvo de risadas tontas,

De tanto graça sangrenta

Após o embate de corpo e alma lavada

Numa sutileza pontiaguda

Das malvadezas da vida de um herói

De tantos bons costumes

E rastros sujos de sangue inocente

Que envolviam os restos

Formados por partículas matematizadas

Entre teoria e a praticidade

Condizente e distante

Enquanto se formava uma chuva lá no sapé de

Uma montanha:

Somos cúmplices

Do nada que nos resta neste final de século

Cheio de indecisões nas decisões da vida...

Rondonópolis - MT, 1999.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 07/03/2017
Código do texto: T5933710
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