BONS COSTUMES?
Nos bons costumes da vida
Sempre fui herói
Tive um bom desenvolvimento
Na minha formação cultural
Mas agora resolvi dar uma guinada
Apenas de noventa graus
E percebi muitas balelas
Rastros sujos de sangue
E uma loucura solta no ar
Depois de um dia de sol
Em que as palavras
Jamais cabiam no vocabulário
Tão chulo, nulo, turvo de risadas tontas,
De tanto graça sangrenta
Após o embate de corpo e alma lavada
Numa sutileza pontiaguda
Das malvadezas da vida de um herói
De tantos bons costumes
E rastros sujos de sangue inocente
Que envolviam os restos
Formados por partículas matematizadas
Entre teoria e a praticidade
Condizente e distante
Enquanto se formava uma chuva lá no sapé de
Uma montanha:
Somos cúmplices
Do nada que nos resta neste final de século
Cheio de indecisões nas decisões da vida...
Rondonópolis - MT, 1999.