parque
sentado num banco sem escosto
Carlos não sabia ao certo
o que estava fazendo.
olhava as próprias mãos
e depois o céu,
sorria pro cão que farejava
pois havia areia em seu focinho
mas continuava sem entender.
o banco era quase áspero
e a dona do cão possuía uma feição agradável
mas a flor na beira da calçada era amarela
e esta é a cor favorita de Carlos.
de toda forma ele realmente não entendia
"por que as nuvens estão indo
tão depressa?"
"talvez o vento seja um sujeito sem muitos desejos
ou ele quem rege nossa vida
sem que saibamos
pois para cada dente-de-leão
que já assoprei,
ele fez milhares de vezes mais"
ele se indagava
e continuava sem entender
nada.