Carta para as amadas de Dante Alighieri
Ó poeta que é da ordem
Do santo padre de Assis
Que desceu aos frios pântanos,
À região infeliz
Que sentado no cimo da porta
Reflete sobre a tristeza e o gris
De quem teve oque buscou
E vive agora infeliz
Frente a dor e o desespero
Eterno e invulgar
Que nem Virgílio, Nem Horácio
Podem aplacar
Como mantra inocente repete e diz:
Beatriz, Beatriz, Beatriz
Que ao ver o purgatório
Vislumbrou o sol
E esqueceu-se por um momento
Do amargo Sheol
Era o belo sorriso
E o belo matiz
Do fronte marmóreo
Beatriz, Beatriz, Beatriz
E ao pisar no céu
No reino de Cristo entrar
Aos pés da Virgem e dos santos
Pode se contentar
Em saber que ali estava
Aquela que abrilhanta o dia
E por quem canta o sabiá
“Biá, Biá, Biá”