Seta
Parada, quase inerte
Silenciosa, diz quando e o quê
Com uma simples nuance de cor.
Não manda,
Auxilia os que passam
E olham para ela.
Diz aonde ir, sem poder ir
Mas vai, na mente dos que passam
Por um instante e já não mais
Até que avistem outra e fixem nesta.
Embora sempre a mesma
Muda o tempo todo
E assim existe
Assim se gasta
Assim conflui
Descaoniza o que seria
Sem ela.
Porque não falar
De coisas assim
Simples e direta
A maneira como vejo a vida
É que me faz poeta
Por assim dizer
Por assim ver
Por assim viver.