O vento da tarde

Um calor sufocante invadiu a casa.

Tudo limpo, mas um zunir de moscas, pegajosas,

E na cozinha minha mãe fatigada.

Um dia de sol quente como muitos!

Pedi que ela se sentasse um pouco, perto da janela,

E tomasse uma limonada bem gelada.

Em meio a nossas vozes, uma cantoria

De pássaros por dentro do cajueiro.

— Estou ficando velha, são bem-te-vis?

Por que, com este calor, eles cantavam...?

Justo, nesse instante, mostrei-lhe o voo rasante de um deles.

E, pensativa e serena, disse-me que iria assistir às novelas.

Sentei-me na calçada. Uma rajada de vento passou,

Agora mais frio, procurando as folhas da árvore,

E a tarde encheu-se da cor do sol se pondo!

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 14/01/2017
Código do texto: T5882265
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.