O ANDARILHO.
Caminho por aí sozinho como se fosse o último dos peregrinos.
descubro novos rumos que em verdade não levam a lugar nenhum.
Entretanto porém,diante da grande escalada da vida,meus vinte e poucos anos são os primeiros passos na longa jornada de um menino.
-Bom dia dona Árvore!-Como vai senhorita Flor?
Enquanto sigo,observo e penso em tudo.
Penso nela,justamente nela e nas tantas sequelas que me deixou
e por certo já me esqueceu e nunca compreendeu,jamais enxergou,
o outro lado do muro onde mora o medo,o pavor do escuro,a solidão.
estou impregnado dos que suplicam por uma migalha de pão.
Ando lado a lado com os frustados amantes da madrugada.
estou na companhia das meretrizes que se vendem por quase nada.
E nesses caminhos são tantos os espinhos que até o mais mesquinho
dos pensamentos me fazem lembrar da existência de Deus.
-Não será injustiça ó pai?Tantos irmãos esmagados por seu próximo.Uns míseros,outros prósperos.
Enquanto uma criança implora por comida,outra implora por não quere-la.
Vou seguindo meu caminho na sola do que ainda resta de um sapato,envelhecendo e observando as dores do mundo.
agora,já cansado,enfraquecido,enfermo e velho,compreendo muito mais e mesmo assim continuo entendendo muito meno ainda...