Paisagem na janela II
Aprisionada as minhas lembranças
Lavo a alma na mesma praça
Já não há lágrimas
É só a chuva que
meu olhar embaça
Sinto o tempo da ansiedade
esvaziando os meus ossos
uma sede insaciável de te ver logo
parece que vou ter um troço
ARDE
Meus olhos são essa fumaça salgada
que emoldura a liberdade
do nome da praça
nessa chuvosa tarde
E chove fino
chove morno
chove grosso
Tráfego, buzina, barulho
no semáforo
os sorrisos abrem se ao anonimato
Já não chove quando te vejo chegar
teu sorriso tão branco
chega brilhar
sob o guarda chuva tão negro
tento me explicar
mas acho que falo grego
minhas palavras alçam vôo
(cego)
Cê já não pode alcançar....