CRÔNICA DE UM PAULISTANO
Que bom andar à esmo
Tempo quente em sombra fresca
Olhares curiosos, cobiçosos (de turista)
De transeunte apressado despercebido,
Não se dando da beleza da escultura,
Antiga neste lugar, esquecida...
Os detalhes que a vista alcança
Quando os passos são lentos, passeia,
E a mente registra como inédita
A paisagem de sempre, ora desperta,
Até as cores se avivam na natureza
Das árvores grossas de copas espessas
Ah, como é bela esta esquina nesta avenida
Nesta rua, que bom rever sem afogadilho
Sem o relógio dominador ditando horas,
Num cotidiano reprisado como novo
Sem a azáfama da vida, e corre-corre,
Como é bom reconhecer onde se vive...
(São Paulo, semi-deserta, 31/12/2016)