Um Ébrio nos Troncos da Vida

Via-se claramente a maldade do tempo

sobre àquele corpo.

Que numa olheira funda,

enxergava o mundo com certo desdém.

Um grisalho fosco e sombrio,

que marcava toda sua trajetória.

Eram, sobretudo, lúcidas

as piadas feitas sobre os transeuntes

Estavam todos realmente loucos!

Gritou loucuras vividas,

cantou a canção que havia em seu peito,

reclamou da pobreza no mundo,

pediu o beijo da gostosa que passava,

pediu dinheiro a um gélido vendedor...

Por fim, chorou como criança.

Ainda que a bebedeira louca

visse embriagar o corpo,

não parecia isso lhe abater a alma.

Ainda era o mesmo.

Estaria bêbado pelos minutos que passaram...

Ou pela vida que vivera?