Concreto e garoa

Corpos que se desencontram nas tristes ruas de São Paulo

O calor é perdido na umidade

Semblantes do metrô são ignorados

Fone de ouvido para sair da realidade

Fria, inconstante

Você é massa

É perímetro urbano

É tensão do fio do poste

Solto, roubado

Dilacerado pela indiferença

O abandono de vidas pelo amor

Empurrões para notar tua presença

Você é corpo, é matéria

Mas, mesmo assim sua lágrima

É pedra, é concreto

Esbarrei sem querer em alguém

O pedido de desculpas é ignorado

Esquecido na multidão

O calor do ombro ainda permanece

O que esperar de pessoas que nunca têm tempo?

A correria consome o sorriso

O suor escorre pelo pescoço

A vida se esvai no asfalto, sozinha.

Quimera
Enviado por Quimera em 19/11/2016
Código do texto: T5828429
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