JEITO DE AMAR

Logo que amanhece o dia

aos primeiros raios de sol,

lá vai à lavadeira...

Com as mãos enrugadas pela água,

ao castigo imposto pelo esfregão

com os pês calejados pelos passos

e pela felicidade imposta ao coração.

Lá vai à lavadeira...

Bacia de roupas na cabeça

descida a baixo, rumo ao ribeirão

Lá chegando, deita a bacia ao chão,

e segue em direção, a tabua de lavar.

Sem esmalte nas unhas...

Com unheiros nos cantos dos dedos

a lavadeira, torce e esfrega as roupas

que guarda os seus tenros segredos.

Lava, lava lavadeira

lava com espuma e sabão

lava a sujeira das roupas

E a tristeza do coração.

No esfrega, esfrega ela tira

das rupas toda à sujeira

ao mesmo tempo e momento,

ela vai tirando as mazelas e pendengas

de uma vida... Vida inteira.

A lavadeira vai lavando

e titubeando uma canção

do amor vai recordando

afagos de uma paixão.

Ela sonha,enquanto sonha...

Segue cantando para espantar a confusão.

Mãos que esfrega

pra lá e pra cá

braços que apega

em seu abraçar.

Enquanto isso, tombos nas roupas

enxáguo d’água

estende sobre a grama

as vestes que te afaga.

Lá abre suas roupas e seus sonhos

e segue vagando em seu sonhar

alegra o tempo com seus modos

e sente-se feliz,com seu jeito de amar.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 09/11/2016
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