JEITO DE AMAR
Logo que amanhece o dia
aos primeiros raios de sol,
lá vai à lavadeira...
Com as mãos enrugadas pela água,
ao castigo imposto pelo esfregão
com os pês calejados pelos passos
e pela felicidade imposta ao coração.
Lá vai à lavadeira...
Bacia de roupas na cabeça
descida a baixo, rumo ao ribeirão
Lá chegando, deita a bacia ao chão,
e segue em direção, a tabua de lavar.
Sem esmalte nas unhas...
Com unheiros nos cantos dos dedos
a lavadeira, torce e esfrega as roupas
que guarda os seus tenros segredos.
Lava, lava lavadeira
lava com espuma e sabão
lava a sujeira das roupas
E a tristeza do coração.
No esfrega, esfrega ela tira
das rupas toda à sujeira
ao mesmo tempo e momento,
ela vai tirando as mazelas e pendengas
de uma vida... Vida inteira.
A lavadeira vai lavando
e titubeando uma canção
do amor vai recordando
afagos de uma paixão.
Ela sonha,enquanto sonha...
Segue cantando para espantar a confusão.
Mãos que esfrega
pra lá e pra cá
braços que apega
em seu abraçar.
Enquanto isso, tombos nas roupas
enxáguo d’água
estende sobre a grama
as vestes que te afaga.
Lá abre suas roupas e seus sonhos
e segue vagando em seu sonhar
alegra o tempo com seus modos
e sente-se feliz,com seu jeito de amar.
Antonio Montes