CACHORRO DE OSSO
No canil d’aquela casa velha
Tinha corrente e um cachorro
Cadeado portão e porta amarela
Também tinha uma toca oca
Que um tatu passava por ela.
Tinha lá, um cachorro de osso
Que todo dia comia um osso...
Insosso, em sua hora de almoço.
Um dia os ossos acabaram
E esse cachorro ainda moço
Ficou triste de desgosto
Sem ter osso pra seu gosto.
O osso do rabo mordeu
E o da mão com fome roeu
Depois, engoliu o osso do pé
E foi terminando todos os ossos
Até não ficar mais de pé.
Acabou-se o cachorro e ossos
Ficou no terreiro um poço
Que secou no mês de agosto.
Antonio Montes