O BURAQUINHO
Pelo buraquinho do mosqueteiro
Pulou uma rã…
E no silêncio da noite
Ouviram-se gritos…
Gritos abafados,
Pedidos de socorro.
E a hora se fez tardia.
Entre os soluços que se escutavam
O bichinho começou a cantar,
No que foi um tormento,
Mas ao mesmo tempo
Um belo e puro sentimento!
Dispensaram a melodia,
Saíram em debandada,
Contudo o pobrezinho não fazia nada…
Mesmo assim, o medo agigantava-se
E o indefeso virou monstro!
Na noite escura todos se esconderam!
De dentro do esconderijo
Sentiram abandono e solidão…
Os corações aceleraram-se,
O que não é salutar
Para pessoas anciãs,
Todavia se lembraram do amanhã
E começava a clarear
Dentro de uma madrugada de inverno
E todos vivenciando aquele inferno
Em derredor de insuportável calor…
O afogueamento que o receio causa
Dilacera corações
Embora haja em tudo
Uma bela e natural canção…
Entretanto, apesar da cantoria,
Não houve emoção,
Pois suor e lágrimas
Fizeram um concerto
Meio sem jeito e fora do tom…
Porém, tomados de súbita inspiração,
Remendaram o buraquinho do mosqueteiro!
DE Socorro Caldas / Ivan de Oliveira Melo