O BURAQUINHO

Pelo buraquinho do mosqueteiro

Pulou uma rã…

E no silêncio da noite

Ouviram-se gritos…

Gritos abafados,

Pedidos de socorro.

E a hora se fez tardia.

Entre os soluços que se escutavam

O bichinho começou a cantar,

No que foi um tormento,

Mas ao mesmo tempo

Um belo e puro sentimento!

Dispensaram a melodia,

Saíram em debandada,

Contudo o pobrezinho não fazia nada…

Mesmo assim, o medo agigantava-se

E o indefeso virou monstro!

Na noite escura todos se esconderam!

De dentro do esconderijo

Sentiram abandono e solidão…

Os corações aceleraram-se,

O que não é salutar

Para pessoas anciãs,

Todavia se lembraram do amanhã

E começava a clarear

Dentro de uma madrugada de inverno

E todos vivenciando aquele inferno

Em derredor de insuportável calor…

O afogueamento que o receio causa

Dilacera corações

Embora haja em tudo

Uma bela e natural canção…

Entretanto, apesar da cantoria,

Não houve emoção,

Pois suor e lágrimas

Fizeram um concerto

Meio sem jeito e fora do tom…

Porém, tomados de súbita inspiração,

Remendaram o buraquinho do mosqueteiro!

DE Socorro Caldas / Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 28/08/2016
Código do texto: T5742470
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