FELIZ ANO NOVO



Antes da primeira hora,
Quando os fogos de artifício
Enfeitavam de sons coloridos a aurora
Pensei em mim, em nós, no suplício

Que é a nossa convivência
Solitária, insípida, sem alegria
Mas pacífica e feliz na aparência
Desses vinte cinco anos de hipocrisia...

Então, com a ânsia que jamais sentira,
Quis correr, ir ao encontro da felicidade!
Quis sair desta vida de mentira
Quis buscar o meu mundo, minha verdade...

Mentalmente, comecei a arrumar a mala...
Decisão tão certa, mas tão dolorosa,
Que me manteve estática, ali na sala,
Pensando se existe essa vida maravilhosa...

De repente, veio a triste constatação:
Que me encheu de coragem
Abriu-me os olhos e fincou-me os pés no chão,
Preparando-me para uma longa viagem!

Não havia o que levar... não queria bens materiais
E as lembranças eram tão parcas,
Tão poucas, tão tímidas, tão frugais
Que o melhor era apagar-lhes as marcas...

Assim, abandonei a casa
E, como um pássaro que se liberta do ovo,
Dei a cada pensamento um par de asas,
Voei, então, em busca de um real e feliz Ano Novo!!!


Rio, 31 de dezembro de 2011
 
Lídia Bantim
Enviado por Lídia Bantim em 08/08/2016
Reeditado em 10/08/2016
Código do texto: T5722531
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