ERA UMA VEZ
Como reaver o que deduzo não obtive?!...
Galgar as fronteiras do interior daqueles
que pensam devem servir a qualquer preço,
torna-se cansativo e cruel.
Servir a quem, e, por quê? ...
Gastar esforços, sobrepujar o que mais
temos de valoroso pela reação impassível.
O blasé irritante dos dias que não passam,
que não mudam, que não transformam,
querem converter a quem?
O dragão imperturbável que não reflete o que
somos e para que somos, e para onde vamos...
Por que viemos, estamos?!
Arraigar e agarrar convicções que não funcionam
para as pequenas coisas do mundo, para os pequenos
milagres da vida.
O espetáculo que tento não assistir pois que parecem
comerciais intermináveis... dão-me sono, cansaço.
Não pretendo ser um expectador de dias
nascedouros e morredouros... pois o que
podemos ser é imorredouro.
Quais escolhas fizemos, sabemos de fato o
em que direção estamos?!
Meu compromisso com a verdade...
Da verdade que sou diante das verdades que espero.
Fantoche sou nesta fábula em que o melodrama
parte do que sinto, porque dos que não são
sencientes... eu não sinto, eu não vejo, eu não toco.
Quero guardar o silêncio, mas meu espírito loquaz
não fecunda o que muitos silêncios poderiam dizer...
As sementes que joguei... das flores que não vem...
A história que não começa e mal termina...
Só eu sei... era uma vez... uma história sem fim.