ERA UMA VEZ

Como reaver o que deduzo não obtive?!...

Galgar as fronteiras do interior daqueles

que pensam devem servir a qualquer preço,

torna-se cansativo e cruel.

Servir a quem, e, por quê? ...

Gastar esforços, sobrepujar o que mais

temos de valoroso pela reação impassível.

O blasé irritante dos dias que não passam,

que não mudam, que não transformam,

querem converter a quem?

O dragão imperturbável que não reflete o que

somos e para que somos, e para onde vamos...

Por que viemos, estamos?!

Arraigar e agarrar convicções que não funcionam

para as pequenas coisas do mundo, para os pequenos

milagres da vida.

O espetáculo que tento não assistir pois que parecem

comerciais intermináveis... dão-me sono, cansaço.

Não pretendo ser um expectador de dias

nascedouros e morredouros... pois o que

podemos ser é imorredouro.

Quais escolhas fizemos, sabemos de fato o

em que direção estamos?!

Meu compromisso com a verdade...

Da verdade que sou diante das verdades que espero.

Fantoche sou nesta fábula em que o melodrama

parte do que sinto, porque dos que não são

sencientes... eu não sinto, eu não vejo, eu não toco.

Quero guardar o silêncio, mas meu espírito loquaz

não fecunda o que muitos silêncios poderiam dizer...

As sementes que joguei... das flores que não vem...

A história que não começa e mal termina...

Só eu sei... era uma vez... uma história sem fim.

Claudia Loureiro
Enviado por Claudia Loureiro em 01/08/2016
Reeditado em 01/08/2016
Código do texto: T5716053
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