Lembrando de mim
Comecei a pensar no meu passado;
Distante... Já muito ultrapassado;
Dos tempos de criança;
Das dificuldades que hoje são somente lembranças.
Remexi nas gavetas do armário;
Lá entre fotos e um anuário;
Revi cenas gravadas muitas em preto e branco;
Nelas eu sorria, mas não entendi pareceu-me saltimbanco.
Criança que passava por necessidade;
Nas fotos sempre sorrindo mostrando felicidade;
Como poderia ser possível;
Isto era mesmo incrível.
Revi amigos que já não vejo á anos;
Jogávamos racha na rua com bola de pano;
Ao anoitecer sentávamos na calçada;
Das piadas do meu avô dávamos gargalhadas.
Passei horas e horas vendo lentamente cada foto;
Por vezes precisei limpar as lentes do óculo;
Com as lagrimas elas embasavam;
Milhões de emoções pelos meus olhos passavam.
Adormeci sentado apoiando a cabeça sobre a mesa;
Sonhei com doces e sobremesas;
Da comida simples do almoço;
Vendo o tempo passar e eu virando moço.
Despertei e voltei para realidade;
Entendi toda a minha felicidade;
Toda a criança se diverti mesmo com simplicidade;
Este é o grande dom da humanidade.