Minhas pedras

Minhas pedras

Pisei nas pedras do caminho;

Atirei pedras no ar de mansinho;

Construí barragens para a enxurrada;

Estaquei a chuva e água deixei estancada.

Com estilingue atirei pedras no vento;

Pensei alcançar o céu por um momento;

Imaginei fogos de artifício explodindo no ar;

Brilhos de estrelas caindo no mar.

Sonhei um muro de pedras construir;

Muralha de um castelo imponente definir;

Cravejar a coroa de pedras preciosas;

De dar inveja as pessoas mais poderosas.

Caminhos demarcados por pedras brancas;

Curvas e bifurcações que guardassem minhas lembranças;

Viver curtindo a amizade de todos os animais;

Sentir que com eles que eu sou apenas um a mais.

Como no mundo da criança é bom imaginar;

De pequenas coisas um mundo poder criar;

Com um montinho de pedras um morro visualizar;

Saltar de paraquedas quando ele desmoronar.

Pisei nas pedras da rua ao caminhar;

Confesso que doeu de me fazer mancar;

Mas a dor passa rápida e volto a brincar;

Afinal sou criança e preciso aproveitar.

Fernan Utchoa
Enviado por Fernan Utchoa em 14/07/2016
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