Minhas pedras
Minhas pedras
Pisei nas pedras do caminho;
Atirei pedras no ar de mansinho;
Construí barragens para a enxurrada;
Estaquei a chuva e água deixei estancada.
Com estilingue atirei pedras no vento;
Pensei alcançar o céu por um momento;
Imaginei fogos de artifício explodindo no ar;
Brilhos de estrelas caindo no mar.
Sonhei um muro de pedras construir;
Muralha de um castelo imponente definir;
Cravejar a coroa de pedras preciosas;
De dar inveja as pessoas mais poderosas.
Caminhos demarcados por pedras brancas;
Curvas e bifurcações que guardassem minhas lembranças;
Viver curtindo a amizade de todos os animais;
Sentir que com eles que eu sou apenas um a mais.
Como no mundo da criança é bom imaginar;
De pequenas coisas um mundo poder criar;
Com um montinho de pedras um morro visualizar;
Saltar de paraquedas quando ele desmoronar.
Pisei nas pedras da rua ao caminhar;
Confesso que doeu de me fazer mancar;
Mas a dor passa rápida e volto a brincar;
Afinal sou criança e preciso aproveitar.