OCUPADOS DEMAIS
Quantas pessoas tristes encontro pelo caminho,
a carregarem fardos maiores que seus ombros,
tantas nas mãos tem marcas profundas de espinhos,
a algumas restam pedaços de antigos sonhos...
Olho querendo abraçá-las, conversar,
mas sei que estão no fundo, destroços recolhendo,
cada uma mergulhada em seu próprio mar,
ou sentimentalmente um pouco do pouco vivendo...
Somem na esquinas, desaparecem na multidão,
estão preocupadas com o fim do mundo que se aproxima;
se eu soubesse seus nomes enviaria a cada uma um cartão,
se foram para suas casas, cumprem o ritual, vivem a sua sina...
Quem sabe qual delas ou quais saberão deste sentimento,
posso não vê-las mais mas seus rostos tem cada um sua cor;
culpar a quem se nos tornamos assim por dentro,
ocupados demais para pensar em viver de amor...