TRILHAS NOTURNAS

No passeio por essa noite escura

Não tenho medo da minha sombra

Projetada no muro, nem do que vier

Na virada da esquina.

Assusta-me o corpo acomodado

No frio dessa escuridão e o manto

Como uma epiderme insuficiente

A fazer doer-lhe os ossos.

Isso me assusta e me desumaniza.

Agora lhe ofereço o abraço

Ou continuo com os passos firmes

E leves pela noite adentro.

Sem medo e desumanizado,

Percorro as trilhas noturnas

Da minha cidade.