DE VEZ EM QUANDO...

De vez em quando lambo o céu para sentir o gosto de estrelas,

vago entre Saturno e Júpiter e descanso em Plutão,

cumprimento o sol que sai à caça do escuro,

nada muda entre mim e o futuro,

sou o passado deixando escamas por onde passo...

De vez em quando paro para te ver passar, leve como uma rocha,

aceno e sumo dentro do oceano de vazios que se abrem,

escrevo poemas misteriosos e nada explico,

abro a caixa onde Deus guarda suas músicas

e apanho uma de Beethoven,

o surdo que ouvia tudo...

De vez em quando toco em pétalas para sentir languidez,

fumo um baseado nos ensinamentos de Bob,

a lua dorme abraçada ao paralelepípedo,

ouço sinais de Ovnis, que cantam odes,

fecho o livro das horas

e durmo um sono pesado...