PELA JANELA DE ONDE EU MORO (II)
II
Pela janela de onde eu moro
Não se vê horizontes,
Nem coisas distantes.
Há uma parede com tantas outras janelas
Que nem sei
O que existe dentro delas.
Queria poder olhar para longe, tão longe!
até onde os olhos alcancem
E ter outra percepção de mundo.
Mas quando se vive na cidade grande
Tudo é muito cinza, e frio, e triste,
Que não faz bem p’ra alma da gente.
Quando se vive na cidade grande
Se sente um distanciamento,
Que não é bom sentir, mas se sente.
Se perde as pessoas,
Se ganham medos,
Se perde o sossego...
Se perde o ocaso...
E surge O ACASO.