DE REPENTE
Quando estou muito parado
sacolejo os ossos quase mumificados
danço
no espaço em branco
entre a vontade e a solidão
que há
entre arranha-céus soltos no ar...
Quando estou muito quente
mergulho a cabeça cheia de dentes
na banheira de gelo
me olho no espelho
e vejo o quão sou parecido
com os que atravessam a faixa dos sentidos
buscando ver
o que existe
entre o que é invisível
e o que persiste
tentando ser...
Quando as ruínas tombam na minha frente
sigo tão e mais e mais tão contente
por saber que é inevitável
ver o viável
diante dos olhos - de repente...