Pão

Não tem pão

Nenhum grão

Medo tem

Não enche vazio

Promessa, sim

Encolhe o estômago

Tremor tem vez

Passamento, igual

Mas tem lembrança

Da farinha que faz angu

Pra transbordar de vento

O oco do eco

Na fome chorona

Que não deixa sonhar

Com o feijão que cheirava alegria

Em dias de riso alargado

Nos meninos de cor barriga cheia

Ó Senhor

O pão de cada dia dá-nos hoje

Livrai-nos do mal

Da mão indiferente

Que esmola (im) piedade

Farta de amor

Como falta de pão.

Débora Peixoto

Débora Peixoto
Enviado por Débora Peixoto em 24/03/2016
Código do texto: T5583652
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