Imagens virtuais
O espelho hoje traz as marcas do tempo.
A cicatriz dos tombos
O bigode chinês de um personagem da seda
O sorriso matreiro no olhar
tal qual Bia que não conheci um dia.
Um pé de galinha debaixo do olho direito
Como ofensa aos tempos áureos da juventude.
Também herdou, o semblante, no cenho, uma fenda
de atrevido tom duvidoso como arma reagente em situações de engano.
E o que falar das heranças genéticas?
Ou das de mera convivência?
Quem lá está, então?
É minha mãe?
Irmã?
Ou eu mesma?
- Não sei!
E caçoo de tais pistas virtuais.
Que amanhã já não serão as mesmas.
- A que ali está?
- Não sou eu!