Imagens virtuais

O espelho hoje traz as marcas do tempo.

A cicatriz dos tombos

O bigode chinês de um personagem da seda

O sorriso matreiro no olhar

tal qual Bia que não conheci um dia.

Um pé de galinha debaixo do olho direito

Como ofensa aos tempos áureos da juventude.

Também herdou, o semblante, no cenho, uma fenda

de atrevido tom duvidoso como arma reagente em situações de engano.

E o que falar das heranças genéticas?

Ou das de mera convivência?

Quem lá está, então?

É minha mãe?

Irmã?

Ou eu mesma?

- Não sei!

E caçoo de tais pistas virtuais.

Que amanhã já não serão as mesmas.

- A que ali está?

- Não sou eu!

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 13/02/2016
Código do texto: T5542642
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