Renuncia

Desesperada e fria, mãos à cabeça

Ouço o apito do trem... Partiu.

Levou meu tudo, tudo meu Deus!

Desato o nó desse peito ferido

Um choro seco doido e doído

Como o apito ausente e deserto

Que concretizou tanto, muito perto.

Trilhos, rodas, outros caminhos,

Novos rumos, diria, novos dias.

Mas, na verdade o que não liberta

Revive nas sobras do adeus, renova.

Assim, atrás da coluna da estação,

Um aceno desenha no ar de fumaça

O silencioso cair da pétala de uma rosa.

stelamaris
Enviado por stelamaris em 18/09/2010
Código do texto: T2506261
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