Tudo aos 50

Sei um tudo de nada

e quase nada de tudo

Já errei a caminhada

e terminei o estudo.

Mas o que sei é nada

apesar do meu canudo.

Escolhi outra estrada

e ainda não sei de tudo.

Enfrento a madrugada

com um desafiar sisudo.

E depois, em disparada

visto-me com um escudo.

Na manhã despudorada

Desperto livre de tudo.

Levanto e vejo que nada

Mudou e que, sobretudo

Sobrou a menina acuada

que tem medo de tudo.

E escondida na fachada

é mais um ser desnudo.

Comemoro os 50 de nada

e choro lágrimas de tudo