Um Homem de Luta
Ele chegou.
Cansado.
Bem exausto.
Uma velha sacola
embrulhando a marmita,
a velha marmita que fora de seu pai.
Passou horas e horas
debaixo do sol,
pingava o suor da felicidade,
estava trabalhando, sabendo
que receberia seu salário
suado salário de trabalhador.
A noite, o jornal na TV
abriu a porta da velha e simples casa,
paredes de tijolos, ainda uma construção.
Ao adentrar em sua residência honesta e humilde,
recebera de seu filho e sua esposa,
palmas, abraços, carinhos.
Um bolo simples, estendido diante de seus olhos,
anunciava que aquele dia era seu dia.
Sua pequena família lhe presenteava
com amor e afeto pelo seu dia com sua nova idade: que alegria,
que felicidade.
Beberam guaraná, comeram o bolinho feito com carinho,
e terminaram na salinha sentados num velho sofá,
falando da vida, de suas batalhas e suas singelas glórias.
E depois, bem cedinho, o sol ainda nem despontava,
ele saiu com sua mochila para mais
um dia de luta.
Um beijo na esposa, um afago na cabeça do filho
e seguiu seu caminho de homem sem fé, mas autêntico,
sóbrio, fiel, honesto, amigo.
Herdou de seu pai e sua mãe a ética, a verdade, a força.
Era um trabalhador da construção dessa terra, desse mundo.
Só os seus sabem quem ele é.