Um Homem de Luta

Ele chegou.

Cansado.

Bem exausto.

Uma velha sacola

embrulhando a marmita,

a velha marmita que fora de seu pai.

Passou horas e horas

debaixo do sol,

pingava o suor da felicidade,

estava trabalhando, sabendo

que receberia seu salário

suado salário de trabalhador.

A noite, o jornal na TV

abriu a porta da velha e simples casa,

paredes de tijolos, ainda uma construção.

Ao adentrar em sua residência honesta e humilde,

recebera de seu filho e sua esposa,

palmas, abraços, carinhos.

Um bolo simples, estendido diante de seus olhos,

anunciava que aquele dia era seu dia.

Sua pequena família lhe presenteava

com amor e afeto pelo seu dia com sua nova idade: que alegria,

que felicidade.

Beberam guaraná, comeram o bolinho feito com carinho,

e terminaram na salinha sentados num velho sofá,

falando da vida, de suas batalhas e suas singelas glórias.

E depois, bem cedinho, o sol ainda nem despontava,

ele saiu com sua mochila para mais

um dia de luta.

Um beijo na esposa, um afago na cabeça do filho

e seguiu seu caminho de homem sem fé, mas autêntico,

sóbrio, fiel, honesto, amigo.

Herdou de seu pai e sua mãe a ética, a verdade, a força.

Era um trabalhador da construção dessa terra, desse mundo.

Só os seus sabem quem ele é.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 08/04/2025
Código do texto: T8304685
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