Olhares

O olhar diz o que a boca não ousa

Revela segredos que a alma repousa

Grita silenciosamente em meio à multidão

E muitas vezes, carrega um não

Diz do medo que mora no peito

Da saudade que pesa, do tempo imperfeito

Diz do amor que nunca morreu

Dos sonhos que o mundo esqueceu

Há olhos que pedem, há olhos que imploram

Outros que queimam, que matam, que choram

Olhos que falam de dor sem palavras

Que guardam batalhas, que nunca se apagam

Há olhares que cortam mais que a lâmina

Que pesam na pele, que deixam marcas

Há os que disfarçam, mas nunca enganam

Pois mesmo no riso, a alma clama

O olhar diz da fome, da sede, do frio

Do homem cansado, do mundo vazio

Diz da força de quem resistiu

Dos passos que a vida ainda não mediu

É no olhar que o amor se confessa

Que a paixão devora, que a entrega começa

É nele que o ódio se faz tempestade

Que o desprezo cala, e a fúria arde

Mas há também os olhares que curam

Que acolhem, que acalmam, que nunca murmuram

Olhares que dizem: "Eu estou aqui"

Que seguram na alma para não cair

O olhar é espelho, é lâmina e abrigo

É guerra e é paz, é sonho e é grito

Quem sabe ouvir o que o olhar diz

Descobre verdades, que muitos querem mostrar

Mas que o mundo nunca quis.

Glauber Santtos Santtos
Enviado por Glauber Santtos Santtos em 02/04/2025
Código do texto: T8300498
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