Regressão

Quando teus olhos têm este brilho,

De esmeraldas lapidadas,

Na profundidade de uma galáxia,

Convidando às novidades da vida,

As viagens espaciais por nebulosas,

Com este sorriso tão sincero,

Do batom quase sem cor,

O tom aveludado de um paraíso perdido,

Ocupando o lugar vazio aqui dentro,

Como uma peça que se encaixa,

Na certeza do vínculo necessário,

Que abarca e abraça a ventania,

Te peço que fique mais um pouco,

Toque aquela música novamente,

No violino Stradivarius,

O hino de Tchaikovsky,

Remontando ao século XVIII,

Me deixe fechar os olhos,

Enveredando pelos salões da nobreza,

Entre Czares e nevascas invernais,

Tuas mãos delicadas me aquecem,

Em um valsa de uma noite sem fim,

Com fôlegos cortados na paixão,

De candelabros de cristais diamantes,

Correndo pelas escadarias de carvalho,

Nas curvas das esculturas de granito,

Na linha de um tempo outro,

Há tantas existências entre nós,

Dê mais um acorde e olhe para mim,

Só uma última vez...