O nosso apocalipse íntimo

Ao longe eu respiro o ar das desilusões

busco tocar na alma diluída em lágrimas

da ninfa que amou e voo pelo sideral

egocentrismo de nossa parte.

A relevância da natureza é quase ínfima

o verde-musgo de nossas fantasias

descontroem o que anos-luz fora traçado;

a ninfa se arrepende de amar e chora.

Ao longe o perfume ascende meus delírios

o passado transfere-se diante dos comprimidos

e dolorido o servo acalanta o dínamo ser, o seu eu

o eu que busca, rebusca, arrogante e sanguinário.

Matam cada um de nós como se matava os passarinhos.

Matam desejos, aspirações, esperanças, histórias,

matam com fúria, orgulho, prêmio, matam e sorriem.

Os covardes existem a cada passo diante de nós.

Turbilhões de seres definham diante do nosso

apocalipse pessoal, íntimo, sigiloso, patético.

A ninfa buscava realizar seus sonhos de criança

viu-se diante da arrogância a destruição sumária

a cada raiar do sol e pratear da lua, pranto e soluço.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 23/02/2025
Código do texto: T8270855
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