O nosso apocalipse íntimo
Ao longe eu respiro o ar das desilusões
busco tocar na alma diluída em lágrimas
da ninfa que amou e voo pelo sideral
egocentrismo de nossa parte.
A relevância da natureza é quase ínfima
o verde-musgo de nossas fantasias
descontroem o que anos-luz fora traçado;
a ninfa se arrepende de amar e chora.
Ao longe o perfume ascende meus delírios
o passado transfere-se diante dos comprimidos
e dolorido o servo acalanta o dínamo ser, o seu eu
o eu que busca, rebusca, arrogante e sanguinário.
Matam cada um de nós como se matava os passarinhos.
Matam desejos, aspirações, esperanças, histórias,
matam com fúria, orgulho, prêmio, matam e sorriem.
Os covardes existem a cada passo diante de nós.
Turbilhões de seres definham diante do nosso
apocalipse pessoal, íntimo, sigiloso, patético.
A ninfa buscava realizar seus sonhos de criança
viu-se diante da arrogância a destruição sumária
a cada raiar do sol e pratear da lua, pranto e soluço.