A Desilusão do Tempo
Chega o tempo em que a água se esvai,
No espelho, um olhar encontra a marca cruel.
A pele envelhece, e o corpo, já cansado,
Não resiste ao peso do tempo.
Seja tigre, seja macaco,
A lei implacável se cumpre, sem compaixão.
O tigre que ruge,
É a prova do sofrimento,
Enquanto o macaco salta,
Desesperado, buscando a luta que nunca termina.
Vai, sem saber, erguendo sua cruz.
Com mãos manchadas, constrói um império de angústia.
Na solidão, esquece-se da felicidade,
Mas na memória, ela se eterniza em liberdade.
O tempo escapa, mas deixa algo em seu rastro,
O eco do vivido, o amor que não passa, não gasto.
E ao olhar para trás, vemos que o caminho
Foi feito de passos, de encontros, de carinho.
A morte, sim, virá, mas com ela a paz,
E o que amamos, vive em nós, em cada faz."