O trino da gata

Catando os cacos

Me reinventando em retalhos

Cores pastéis de um dia nublado

Coração palpitado

Quem sou se não o gosto amargo?

Do vazio, do seu afago

Me moldo me dobro me calo

Pele arrepiada

Trancado em meu próprio espaço

Meus calos, meus passos

A força do ferro e do aço

Sem forma sem forja, descalço

Caminho por trilhas de areia

O cálice, o sangue, a ceia

A noite de alívio que a lua clareia

Pingos de chuva na telha

Hoje lágrimas salgam o beijo

No trino da gata, o desejo

A calma na cama a paz que almejo

Cansei de fugir de mim mesmo

Gasfontes
Enviado por Gasfontes em 16/12/2024
Código do texto: T8220793
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