O trino da gata
Catando os cacos
Me reinventando em retalhos
Cores pastéis de um dia nublado
Coração palpitado
Quem sou se não o gosto amargo?
Do vazio, do seu afago
Me moldo me dobro me calo
Pele arrepiada
Trancado em meu próprio espaço
Meus calos, meus passos
A força do ferro e do aço
Sem forma sem forja, descalço
Caminho por trilhas de areia
O cálice, o sangue, a ceia
A noite de alívio que a lua clareia
Pingos de chuva na telha
Hoje lágrimas salgam o beijo
No trino da gata, o desejo
A calma na cama a paz que almejo
Cansei de fugir de mim mesmo