Passagem

 

Na infância é nascente, água que brota do chão,

de forma límpida e fluente, que se sorve com as mãos.

Na juventude é ligeira, cai como cachoeira

mas não dura a vida inteira, só o tempo de uma paixão.

Na velhice, lago sereno, de placidez constante,

onde sopra o vento ameno que eterniza o instante.

Tempo de sentir a chuva e a brisa que enxuga o rosto,

De olhar o nada e ver tudo, de sentir paz ou desgosto.