O Conflito Existencial entre o Vazio e a Vivência

Um dia a morte me chamou,

Com seu sussurro frio, um vento a vagar,

Na penumbra, seu toque invisível,

Trazendo consigo o silêncio terrível.

Mas eu, alheio ao seu passo lento,

Estava de fone, imerso no momento.

Nos meus ouvidos, a música fluía,

E em seu ritmo a vida se expandia.

A morte, paciente, tentou insistir,

Com sua voz ecoando, a me seduzir,

Porém, o som dos meus sonhos cantava,

E cada acorde mais longe me levava.

Ela se aproximou, com sombra e escuridão,

Mas o compasso do meu coração

Batia em sintonia com o vibrar da canção,

Que mantinha distante qualquer solidão.

Ela esperou, do lado de fora,

Mas o tempo passava e a vida ria agora.

E enquanto a morte permanecia em seu jogo,

Eu me envolvia no calor do fogo.

A música me fez esquecer do final,

Me envolveu no seu abraço imortal,

E a morte, cansada, talvez desistiu,

Pois era a vida que, naquele dia, me seduziu.

Dáhlio Figueiredo
Enviado por Dáhlio Figueiredo em 26/11/2024
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