O Conflito Existencial entre o Vazio e a Vivência
Um dia a morte me chamou,
Com seu sussurro frio, um vento a vagar,
Na penumbra, seu toque invisível,
Trazendo consigo o silêncio terrível.
Mas eu, alheio ao seu passo lento,
Estava de fone, imerso no momento.
Nos meus ouvidos, a música fluía,
E em seu ritmo a vida se expandia.
A morte, paciente, tentou insistir,
Com sua voz ecoando, a me seduzir,
Porém, o som dos meus sonhos cantava,
E cada acorde mais longe me levava.
Ela se aproximou, com sombra e escuridão,
Mas o compasso do meu coração
Batia em sintonia com o vibrar da canção,
Que mantinha distante qualquer solidão.
Ela esperou, do lado de fora,
Mas o tempo passava e a vida ria agora.
E enquanto a morte permanecia em seu jogo,
Eu me envolvia no calor do fogo.
A música me fez esquecer do final,
Me envolveu no seu abraço imortal,
E a morte, cansada, talvez desistiu,
Pois era a vida que, naquele dia, me seduziu.