Como nossos Pais
A vida se desenrola em silêncios,
como a rede balançando no quintal da vó,
e o cheiro do café, com seus apelos,
preenchia a casa, onde a paz sempre está.
Tínhamos pressa em crescer, em correr,
sem saber que ao crescer, viria a saudade,
o tempo passa em estalos, sem parar de doer,
como a música de Elis, eterna verdade.
Fragmentos que guardamos, como retalhos a costurar,
a colcha antiga que a vó fez com carinho,
juntando histórias com linha a enredar,
cada ponto, um momento, cada história, um caminho.
E a infância se despede, devagar, como o sol,
que se esconde atrás do pé de manga a brilhar.
Trocamos abraços por lembranças de farol,
fotografias em nossa mente a passear.
Ainda somos os mesmos, mas desejamos muito mais,
o calor das pequenas coisas, o amor em gestos simples,
pois, no fundo, sabemos que a vida traz,
partidas e chegadas, em ciclos tão múltiplos.
Porque o tempo não espera, e a vida é um bailado,
cada passo, uma dança, em um compasso sutil.
Vamos amar ao máximo, como um amor consagrado,
pois tudo que vivemos é feito de um fio frágil.