AGORA

 

Há uma saudade,

Não sei do que, de quem.

Dilacera, corta,

De dentro pra fora.

Há a complexidade,

De ser,

O vai e vem,

Dos questionamentos,

Um congestionamento,

De eus.

Há uma angústia de Dirceu,

Mesclada com Florbela,

Um barco sem vela,

Mar adentro,

Indefinida rota.

Há a enviesada via,

A (im)possibilidade de crer,

Nos sonhos de liberdade,

Na sonoridade,

Da aurora.

Há o presságio, o indício,

O difícil ofício,

De sobreviver...

Mas, tudo isso,

Não importa,

Importa a poesia,

Que me habita – agora.