dialética da existência
a fome
e a saciedade completa
o pé doendo após um dia de caminhada
o roçar das pernas em contato
o sol queimando a pele
o ardor e cansaço
a saudade latejante
o sangue que escorre
o alívio da água
o corpo em repouso
chorar até dormir
e rir até a barriga doer
e penso que é bom estar viva
no equilíbrio do movimento
na humanidade de viver extremos
na natureza de ser vil e boa
ser mais de um em mim
e me ver completa nas inconsistências do existir