O Jogo da Vida

Aqui estou de novo,

divagando sobre a grande jornada:

a jornada de todos os mortais.

Não necessariamente de acordo com a realidade vivida,

mas, sobretudo, em termos ideais:

como um manual para a própria vida.

 

Infância,

doce infância!

Idade da Imaginação,

das brincadeiras,

de fingir ser gente grande,

de descobrir o mundo,

aventurar-se nele,

aprender como as coisas funcionam

e, com isso, entender, de uma vez por todas,

que não podemos plantar cerejas e colher maçãs.

 

Na sequência,

a adolescência:

o portal da infância que se desvanece

e do adulto que, aos poucos, amadurece,

vindo a formar as gerações vindouras.

Quando crescemos, queremos o melhor dos dois mundos:

a proteção das crianças,

a liberdade dos adultos;

nos autoafirmar,

namorar e paquerar;

viajar,

conhecer o universo inteiro

e ainda ter tempo para descobrir a nós mesmos.

 

Na efervescência da juventude,

vemos um mundo inteiro pela frente.

Época de aventuras,

de ser dos pais independente,

marcando o início da vida madura.

Ser jovem é viver intensamente,

é sonhar,

planos realizar.

É plantar os primeiros frutos do estudo e do trabalho

para colhê-los no futuro

e, com muito orgulho,

começar a desfrutar deles,

iniciando a vida adulta,

onde tudo muda.

 

Na idade

da maturidade,

está o nosso auge,

profissional e pessoal.

Tempo para pensar em casamento,

ter filhos,

trabalhar e prosperar,

gerir os recursos sabiamente

para que, dos outros, não fiquemos dependentes.

A era da liberdade, sim!

Mas não como fim,

pois, acima de tudo, estão as responsabilidades:

nossas conquistas carregam nosso nome,

porém,

nossos fracassos, também.

Tudo fica marcado na história,

na memória de nossos familiares e amigos,

e até de nossos inimigos.

 

Enfim, a terceira idade!

Qual a verdade

sobre essa fase?

Pessoalmente, vejo homens e mulheres

de idade avançada

ainda desfrutando da vida,

após muita experiência vivida

e sabedoria acumulada.

Não é uma regra da fase,

é verdade,

mas se faz presente muitas vezes,

quando a necessidade de reflexão,

passa, então, a guiar a ação.

Pois é tempo de fazer diferente,

de não repetir os erros do passado,

de aprimorar, ainda mais, tudo o que funcionou.

Felizes são os homens e mulheres

que, ante as limitações,

ante as mudanças de condições,

ante a silhueta da morte,

ainda são fortes

e continuam a fazer planos,

mesmo em seus últimos anos.

 

Aqui também encerro estes versos;

como já foi dito: sem necessariamente ser fiel à realidade,

mas também não completamente alheio a ela,

pois, assim como você, sou uma das peças que a constituem,

prestes a mudar a estabilidade do jogo.

Alexandre Braga
Enviado por Alexandre Braga em 17/11/2024
Código do texto: T8198785
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