VIDAS - Por Carlos Lopes

Vida de adulto,

pesa nos ombros

o relógio.

Vida de mãe,

o sono leve,

braços sem fim.

Vida de artista,

equilibrista,

na corda do sonhos.

Vida de pobre,

no bolso vazio,

mundo imenso.

Vida de rico,

tempo contado,

excesso em volta.

Vida corrida,

calendário é aço,

pés em chamas.

Vida de criança,

risos soltos

no céu sem teto.

Vida com contas,

números ferem,

fecham o mês.

Vida com filhos,

amor esticado

em todas as horas.

Vida fácil,

vento brando

na janela aberta.

Vida dura,

raízes profundas

no chão de pedra.

Vida com trabalho,

café amargo,

pouca pausa.

Vida escolar,

tinta nos dedos,

mundo nas páginas.

Vida de sonho,

olhos fechados,

coração desperto.

Vida na cidade,

ruas em fogo,

passos curtos.

Vida sem rumo,

areia que escorre

entre os dedos.

Vida de luta,

punhos cerrados,

cicatrizes.

Vida no campo,

madrugada fria,

terra nas mãos.

Vida com pressa,

só o vento sabe

o que fica pra trás.

Vida com saudade,

eco no peito,

passo vazio.

Vida de espera,

ponteiros lentos,

olhos distantes.

Vida no amor,

brasas acesas,

tempo suspenso.

Vida de silêncio,

gritos guardados,

calma que pesa.

Vida partida,

metade aqui,

metade ausente.

Vida no mar,

ondas levadas,

rumo incerto.

Vida de fé,

luz no escuro,

voz do peito.

Vida de flor,

beleza breve,

perfume eterno.

Vida de coragem,

passo no abismo,

asas que nascem.

Vida de perda,

silêncio profundo,

presença ausente.

Vida com medo,

sombra pesada,

luz à espreita.

Vida de riso,

tempestade passa,

céu clareia.

Vida no erro,

estrada curva,

aprendizado.

Vida com arte,

cores soltas,

universo em tela.

Vida de escolha,

bifurcação,

rumo ao mistério.

Vida sem fronteira,

passos livres,

horizonte aberto.

Vida com versos,

palavra sussurra,

instante eterno.

Carlos Lopes

ESCRITORES E CIA
Enviado por ESCRITORES E CIA em 16/11/2024
Código do texto: T8197953
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