UM COMPLETO ESTRANHO...
Que triste que dever ser
Ao ser humano, ao acordar,
Dar-se de frente ao espelho...
Antes de botar a máscara do dia.
A face desnuda, assim, lavada...
Assombraria ao próprio ser.
Ser alguém de duas faces, mascarado,
Não deve ser fácil nem a própria pessoa.
Eu, nunca conseguiria...
É que sou um péssimo ator.
Eu, me revelaria totalmente...
De pronto ou através da poesia.
Já sou velho nesse negócio
De ser eu mesmo sem disfarces.
O meu outro eu, se é que existe,
É, para mim, um completo estranho!