Sem pressa por favor
Aproveite um pouco mais de mim.
Estamos nos despedindo há cada instante e você não está a perceber.
Deve ser culpa do cotidiano, das tarefas, das pessoas...
Como é mesmo que foi feita a escolha para que tudo isso acontecesse?
Várias foram, muitas serão as pessoas que não te notarão.
Mas enfim, o que importou no fim?
O que importou naquela fatídica hora, em que seus olhos forem perdendo a luz?
Como você ganhou tudo o que conquistou... Sente-se orgulhoso?
Por milhas e milhares de quilômetros você teve a decência em ser paciente.
Travou batalhas contra a sua impaciência e as perdeu.
E por vezes perdia árduas lutas fáceis.
Para agora, no fim, derramar a lágrima do arrependimento...
Isso não é certo, não é?
Aproveite um pouco mais dos outros.
Tudo isso é uma despedida e você está vivendo com pressa demais.
E a rotina te engana a cada instante, dando-lhe subterfúgios para distrair-lhes.
Mas, como chegamos aqui?
E se viemos, por que não aproveitar a tudo e fazer com que o cotidiano ande mais lento sem tanta cobranças?
Chanceler crivo