Algemofobia
Entre as correntes do conformismo,
Pende uma chave de lâminas,
Que ao simples espasmo da rebeldia,
Rasga, rompe, revela.
Numa reação psicotetânica,
Contorço meu ego aos gritos
Para fora das algemas da hierarquia.
Lenta, lancinante, libertação.
E mesmo com feridas já estancadas,
A verdade não para de se proliferar
Matando as células da ignorância.
Conhecimento, ciência, ceticismo.
Com febre de revolta,
Tusso amargas realidades
E espirro desejos de revolução.
Militância, manifesto, mudança.
Temendo uma pandemia de sanidade,
Os sadios de insanidade,
Buscam remediar-nos com pilulas de
Subordinação, submissão, servidão.
Já anafiláticos à tiranias,
Convulsionamos contra o sistema,
Com espasmos de destruição.
Enfrentar, eliminar, extinguir.
E sobre o óbito do anacronismo,
Temos alta à pósverdade,
Mas ainda mantendo crônica a
Diversidade, determinação, desobediência.