Ficar parado

Não desejo meu destino

Seja ele o presente

Ou o do futuro

Minhas pernas se movimentam

Mas sinto uma crescente vontade

De não forçá-las mais a andarem

Dar o descanso da imobilidade à elas

E aproveitar o espaço ao redor

Mesmo que um vento constante

Me empurre para frente

Resisto à ele, apesar das aparentes

Consequências

Na realidade, por vezes até aparecem

Desejos ocasionais de ir em uma

Direção contrária à ele

Aprecio esta inércia

Pretendo cultivá-la

Por um segundo

Mas temo ser seduzido por ela

A ponto de parar

Por um minuto

Hora

Dia

Mês

Ano

Ou até mesmo o resto da minha vida

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 30/10/2024
Código do texto: T8185624
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