Todo este silêncio me lembra de casa

Confunde-me aos montes.

Me esculpem molduras que não me cabem,

Desenham contornos que não me definem.

Escutam minhas frases, mas as ignoram

Como se não existisse um emissor

Tão desesperadamente as ofertando.

Quando as falas se tornam avisos,

Do perigo iminente que corre aquele que desafia

A harmonia da minha catástrofe,

É tarde demais para mudanças casuais;

É preciso fazer muito mais

Para que os alarmes parem de soar.

Todo este silêncio me lembra de casa,

Onde os fracos definham nas lacunas do abandono

Corações vítimas da inanição,

Animais domesticados que vagueiam sem dono,

Metáforas sobre deuses caídos,

Os mesmos e maiores inimigos,

Que residem nos arredores.

Os pormenores seriam extensos

Se ainda valessem da memória.

Mas o pouco que sei de minha história,

Já basta para assinar tua sentença.

Tua descrença te levará para lugares incríveis,

Desde que os palpites sejam certeiros

Pois no primeiro erro

Perderá a chance de repeti-los.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 30/10/2024
Código do texto: T8185326
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