Do Lar
A doença.
O vírus.
Doente,
não posso
ser doméstica.
A luta.
Determinação,
responsabilidade.
Lá vou eu trabalhar.
Movo um objeto
retiro o pó.
Depois outro
e limpo mais um pedaço.
A clareza
se esvai.
Todo o comum
se torna extraordinário.
Cada objeto
se enche de
lembranças e estórias.
Minhas tralhas...
Seria mesmo
capaz de deixar
tudo e começar
do nada?...
As freiras
os frades
o profano
do sagrado.
A vida
do outro
lado,
os segredos...
As pedras
os presentes
a flor
aprisionada.
O potiche
da vovó.
Que nome
estranho é esse?
Seria um objeto
valioso?
De onde guardei
esse nome?
Saudade.
Sempre essa
saudade.
Ponho tudo no lugar.
*Si*