Do Lar

A doença.

O vírus.

Doente,

não posso

ser doméstica.

A luta.

Determinação,

responsabilidade.

Lá vou eu trabalhar.

Movo um objeto

retiro o pó.

Depois outro

e limpo mais um pedaço.

A clareza

se esvai.

Todo o comum

se torna extraordinário.

Cada objeto

se enche de

lembranças e estórias.

Minhas tralhas...

Seria mesmo

capaz de deixar

tudo e começar

do nada?...

As freiras

os frades

o profano

do sagrado.

A vida

do outro

lado,

os segredos...

As pedras

os presentes

a flor

aprisionada.

O potiche

da vovó.

Que nome

estranho é esse?

Seria um objeto

valioso?

De onde guardei

esse nome?

Saudade.

Sempre essa

saudade.

Ponho tudo no lugar.

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 29/10/2024
Código do texto: T8184656
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