Já me ponho a cometer loucuras
Já me ponho a cometer loucuras
E de saída aviso as cometi
Desde sempre
Se bem me lembro desde
Nasci
Chorei
Já fiz xixi
Não sei se deveria
Mas fiz
Nem sei se era
Certo
Mas obedeci ao meu
Ser
Louco
Passei a vida a
Cometer as mais variadas
Sandices
Não devo nem mencionar
Alguma
Seria a
Insânia mais imperdoável
Pois se já é
Impróprio
Praticar os
Disparates
Mais descabido
Seria narrar os
Feitos loucos
Na hora da morte
Pratiquei meu maior
Erro
E esse vou dizer
Visto não mais
Poder ter minhas
Faces afogueadas de
Vergonha
Já meu corpo não
Produzir mais esses
Rubores inconvenientes
Revelei rejeitei
Segundos antes de nascer
Os conselhos do gênio do bem
E preferi os conselhos do
Anjo mau
O anjo do bem mandou-me
Segurar o xixi
Logo após o primeiro
Choro
E fazê-lo com calma
Um pouco depois
O anjo mau insuflou
A fazer imediato ao
Berro inicial
Para desfrutar do
Primeiro prazer de
Sentir o alívio
O anjo do bem
Alertou se fizesse tal
Jamais iria me conter
Às vontades de fazer
Doidices na vida
Foi somente o anjo mau
Rir às soltas
Achei engraçado e
Me determinei a
Segui-lo
Pronto
No nascimento foi
Selado meu destino
De doidivanas
E nem precisou de
Anjo torto nenhum
Vir me mandar ser
Troncho na vida
Como fez ao poeta.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 03 de fevereiro de 2024