Esperança

Eu fiz meu melhor,

Foi o suficiente?

Não sei.

Eu fiz meu melhor,

Certo ou errado?

Não sei.

Acordei cedo,

Com os raios do sol despertando,

Céu ainda estrelado,

A lua se retirando para adormecer.

Enchi meus pulmões de ar,

Me deliciei com isso que chamam de vida,

Olhei ao céu,

E agradeci,

Por mais um dia.

Preparei um aromatizante café,

Perfeito,

Como de rotina,

E ao sentar para saboreá-lo,

Me perdi no tempo e espaço,

Pensamentos,

Futuro e passado.

Como é bela,

Está vida.

Senti os braços do meu filho a me envolver,

Existe algo mais maravilhoso que isso?

Disse a ele que tenho orgulho,

De quem é,

E que vezes pego no pé,

Pelo seu bem,

Um dia será pai,

E irá me entender.

Em silêncio,

Rezei.

Pedi perdão,

Aos que me amam,

Pela minha ausência,

Por vezes,

Não ter paciência,

Não soube lidar e administrar meu tempo,

Meu gênio,

Meu temperamento,

E cobrava muito de mim.

Sentei,

Em uma cadeira na pequena e acanhada sacada,

Acendi um cigarro,

Degustei da fumaça que leva a nicotina ao meu cérebro.

Verdade,

Faz mal,

Mas me acalma.

Mais uma vez me perco,

Agora,

Na fumaça que sobe,

Será que se junta às nuvens?

Ou se perde pelo caminho?

Dúvidas ainda de menino,

Próximo ao fim.

O que será que nos espera após esta vida acabar?

Um reencontro com Deus?

Céu ou inferno?

Se imaginar como Dante,

Por quais círculos devo passar?

Na dúvida rezo,

Me dá esperança,

Enquanto há vida,

Nunca há de faltar.

Um brinde aos meus fracassos,

Hoje choro pelas minhas vitórias,

Não há glória,

Apenas alegria,

Um leve vento bate em meu rosto,

O vento da nostalgia.

E agora de joelhos,

Peço perdão pelos meus pecados,

Alguns ainda me atormentam.

Mas não voltarei atrás,

É vida que segue,

E desejo a eternidade em cada minuto que resta,

Para não lamentar,

Quando a hora da despedida chegar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 26/10/2024
Reeditado em 30/10/2024
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