A Beleza de Cair em Público

Num mundo de vitrines limpas,

Onde se veste o brilho da fachada,

Há quem se atreva a rasgar o véu,

A mostrar as fissuras da própria mão.

Vivemos entre muros de vaidade,

Erguemos palácios de falsa perfeição,

Mas quem reconhece o passo em falso,

Que tropeçou nas pedras da razão,

Esse sim, caminha leve.

A beleza não está no inatingível,

Mas no humano que cede, que falha,

Que se expõe aos olhares de aço,

E transforma o erro em coragem.

Enquanto tantos se escondem atrás

de máscaras polidas,

Há quem se desnude de toda farsa,

Quem pinta o engano com cores vivas,

E escapa do molde, do teatro de marionetes.

Há poder em dizer: "eu me enganei",

Em soltar as amarras do orgulho,

Pois o mundo que teme a queda

É o mesmo que se perde no vazio da pose.

E o mais belo é quem cai em público,

Quem deixa o tropeço ecoar na praça,

Pois no erro revelado, há revolução,

E no admitir, nasce a verdade.

Daiana Souza
Enviado por Daiana Souza em 22/10/2024
Código do texto: T8179571
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